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Catapora: o que você precisa saber sobre a doença


A varicela, mais conhecida como catapora, é causada pelo vírus varicela-zóster e caracteriza-se por uma infecção altamente contagiosa, mas benigna e com poucas chances de complicações. Comum na infância, tem diagnóstico fácil e tratamento com remédios. O processo pode ser resolvido dentro de dias ou poucas semanas, com os cuidados certos. Com a ajuda da presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Thaís Guimarães, esclarecemos algumas dúvidas sobre a doença. Confira:

Quais são os sintomas da catapora?
Inicialmente, aparece a febre e depois surgem bolhas por todo o corpo – incluindo a boca e a região genital. Essas bolhas evoluem, estouram e criam casquinhas, como a de machucados, e cicatrizam. As feridas e coçam e podem ser dolorosas.

Como é feito o tratamento?
Um antiviral é o principal remédio utilizado. Caso haja febre e dor, são receitados antitérmicos e analgésicos, respectivamente. O cuidado com as bolhas também é essencial: basta lavá-las com água e sabão neutro e não arrancar as casquinhas para que dê tempo de cicatrizar. Se a coceira estiver muito forte, um antialérgico ajuda a amenizar o quadro.

Antigamente o permanganato de potássio – aquele que deixava a água roxa – era utilizado para fazer com que as bolhas secassem mais rápido. Um pequeno erro de concentração, no entanto, é suficiente para causar queimaduras na pele. Por conta do perigo, essa medida não é mais indicada.

Todos podem tomar a vacina? Onde ela é oferecida?
Qualquer pessoa a partir de um ano de idade pode tomar a vacina, que está disponível na rede pública desde 2013, incorporada à tríplice viral (previne sarampo, caxumba, rubéola e, agora, catapora). As crianças geralmente tomam a primeira dose ao completar um ano e o reforço aos quatro. Quando a pessoa contrai o vírus, o corpo desenvolve uma imunidade natural, ou seja, se isso acontecer antes da vacinação ela não é mais necessária. No entanto, como previnem outras doenças, as duas doses devem ser tomadas.

Com 97% de eficácia após ambas as doses, a vacina é oferecida gratuitamente pela rede pública apenas para crianças (geralmente, considera-se até os 18 anos, mas pode variar). Os adultos precisam procurar uma clínica particular para conseguir a imunização. Pacientes imunodeprimidos, se ainda não tomaram a vacina, precisam tomar antes de começar o tratamento.

Como é feito o contagio? É possível evitá-lo?
O contágio acontece por meio do contato com secreções respiratórias ou objetos contaminados por alguém infectado, além do contato com as vesículas (bolhas) que surgem na pele. Por ser uma doença de alta contagiosidade, a catapora se espalha muito rápido. Evitar o compartilhamento de copos, talheres, itens de higiene e a cama (pela respiração, a transmissão é fácil) ajuda a diminuir a proliferação.

É melhor que irmãos peguem cataporta na mesma época?
Se uma criança da casa está doente e os irmãos não foram vacinados ou ainda não tiveram a doença, há grandes chances de todos desenvolverem o quadro, afinal, a catapora é uma doença de alta contagiosidade e se espalha de maneira rápida. No entanto, isso não deve ser feito propositalmente. O ideal é evitar o compartilhamento dos itens (como explicado na pergunta acima) e providenciar a vacinação o quanto antes.

É possível ter catapora mais de uma vez na vida?
Se a pessoa não tomou a vacina ou ainda não teve contato com o vírus, pode desenvolver o quadro depois de adulto. Também é possível ter catapora mais de uma vez na vida, mas com nome e graus diferentes. A primeira vez é mais agressiva. Depois que o paciente possui os anticorpos necessários, a manifestação é um pouco diferente e a infecção passa a ser chamada de herpes zóster.

O vírus fica latente nos nervos e pode ser reativado em situações de estresse, alguma imunodepressão ou em pessoas mais velhas. Na nova manifestação o tratamento é o mesmo e as feridas também, porém menos severas e concentradas apenas no trajeto de algum nervo (intercostal, facial, da perna etc.). A situação pode se repetir inúmeras vezes.

Quais são as complicações?
É difícil ver a catapora se tornar algo mais grave quando o tratamento é seguido. Porém, pacientes com a imunidade baixa em razão do tratamento de outras doenças, como HIV e câncer, precisam ficar atentos, já que chances de complicação são maiores. O quadro pode evoluir para uma infecção bacteriana secundária e acontece quando, depois de muita coceira, a barreira da pele é rompida e infectada por bactérias que estão no ar e da pele. Nesse caso, é preciso incluir antibióticos no tratamento.

Outra consequência é a pneumonite viral, caracterizada pela instalação da infecção nos pulmões, causada por vírus. Há chances do quadro evoluir para uma insuficiência respiratória e, dependendo da gravidade, ser fatal. Também é importante evitar o uso de aspirina, já que seu princípio ativo – o ácido acetilsalicílico –, se combinado com a varicela, pode desencadear a Síndrome de Reye, que provoca uma inflamação no cérebro e acúmulo de gorduras no fígado. A encefalite, que é outro tipo de inflamação cerebral, também é uma das complicações e acontece quando o vírus atinge o sistema nervoso central.

Por Paula Thiemy | com Vanessa Lima

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